Subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso
Os discípulos de Jesus viveram a experiência da Sexta-Feira Santa: Jesus, indefeso e abandonado, pendia da cruz. A sua vida extinguiu-se na morte. Depositaram seu corpo num túmulo e fecharam a entrada com uma grande pedra: sinal de que, no fim, a morte tem poder sobre a vida. No encontro com o Senhor ressuscitado, vivem a experiência que acaba com tudo o que julgavam saber sobre a vida e a morte. Jesus vem ao seu encontro. Eles reconhecem-n'O - sim, é Ele, o Crucificado. É-lhes familiar e, ao mesmo tempo, estranho. Entra, mesmo com as portas fechadas. Está presente e desaparece. Não podemos detê-l'O. Entre o medo e a dúvida, os discípulos começam a pensar e a acreditar no que está para além da morte: Deus ressuscitou o seu Filho dos mortos e recebeu-O na glória com a sua condição humana. Os discípulos afirmam: Jesus subiu ao céu e Deus deu-Lhe o lugar de honra, à sua direita.
Deus exaltou-O acima de todos
Jesus fracassou entre os homens. "Os seus não O receberam." (Jo 1,11). Mas Deus ressuscitou-O e acolheu-O. Dá a seu Filho o lugar de honra à sua direita, constituindo-O deste modo Senhor de toda a criação.
A expressão "sentado à direita do Pai" tem um significado especial, para os cristãos de então que, tal como Jesus, procedem do judaísmo: Deus, o Senhor e Rei, escolheu Israel como seu povo. Os reis que governam em Jerusalém são considerados representantes de Deus. Não governam a título pessoal, mas em nome de Deus. Enquanto não esquecerem isto, Deus estará com eles.
(...)
Subiu ao céu
Quando os primeiros cristãos confessam que o seu Senhor "subiu ao céu", referem-se ao Antigo Testamento. No livro dos Génesis fala-se do patriarca Henoc, que andou com Deus e, depois, foi por Ele elevado ao céu (Gn 5,24). Acreditamos também que o grande profeta Elias foi arrebatado ao céu num carro de fogo no meio de um turbilhão (2Rs 2,11). Eliseu, seu discípulo, fica só e compreende que lhe é pedido continuar a obra de Elias.
São Lucas descreve, no fim do seu Evangelho, como Jesus Se despede dos seus discípulos: Vai com eles a Betânia, ergue as mãos e abençoa-os enquanto eles se prostram diante d'Ele. E é nesta atitude de benção que Ele Se eleva ao céu (Lc 24,50-52). No início do seu segundo livro, os Actos dos Apóstolos, narra de novo a ascensão de Jesus a fim de mostrar claramente como a história terrena de Jesus desemboca na história da Igreja: durante quarenta dias - um período de tempo sagrado - o Senhor ressuscitado aparece aos seus discípulos e fala com eles do Reino de Deus. Depois eleva-Se a seus olhos e uma nuvem - o próprio Deus - O oculta. Atónitos e fascinados, os apóstolos fixam os olhos no céu. É então que dois mensageiros divinos perguntam: "Porque estais aí parados a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi tirado e levado para o céu, virá do mesmo modo como O vistes partir para o céu" (Act 1,9-11).
Os apóstolos compreendem que lhes cabe agora a eles, mandatados por Jesus, proclamar o Evangelho, curar os doentes, perdoar os pecados, exorcizar os espíritos malignos, despertar a esperança.
Actos dos Apóstolos: O segundo livro do evangelista São Lucas relata as obras dos apóstolos que preenchem a missão do Ressuscitado. Eles anunciam-n'O como o Messias, o Crucificado, o Ressuscitado. Fundam as comunidades, obtêm êxito, são perseguidos. A primeira parte (cap. 1-12) fala sobretudo de Pedro, o primeiro dos apóstolos, e de João. Actuam sobretudo na comunidade cristã de Jerusalém. A segunda parte (cap. 13-28) é consagrada a Paulo de Tarso, o evangelizador dos gentios (três viagens missionárias). É ele quem traz o Evangelho à Europa. O livro dos Actos dos Apóstolos termina com a pregação de São Paulo em Roma. Segundo o testemunho da tradição, ele e São Pedro sofreram o martírio em Roma. Desde modo, Roma a cidade dos apóstolos, passou a ser o centro da Igreja.
Quarenta dias: Um número sagrado. Durante os quarenta anos de peregrinação pelo deserto, o povo de Israel aprende a confiar em Deus. Depois de ser baptizado por João Baptista, Jesus jejua durante quarenta dias no deserto. Depois, seguro da sua missão, começa a sua vida pública. - A Igreja atém-se ao testemunho de São Lucas: celebra a "Ascensão" quarenta dias depois da Páscoa.
A partida e a nova comunidade
É pela fé que nós compreendemos o que São Lucas - que era um fiel da sua e nossa Igreja - atesta como Evangelho de Jesus Cristo: Jesus fez-Se homem a fim de nos libertar de tudo o que nos separa de Deus. Foi por nós, homens, que Ele viveu e morreu. Deus ressuscitou-O e colocou-O à sua direita. Isto significa que Jesus deixou de estar visível e palpável junto dos seus.
Já não podem vê-l'O directamente nem tocá-l'O nem interrogá-l'O como quando estava entre eles. A separação significa também despedida. São João transmite-nos no seu Evangelho "discursos de despedida": são palavras do Senhor que parte, nas quais os discípulos encontram respostas e consolação.
- Não se perturbe o vosso coração! Acreditai em Deus e acreditai também em Mim. Na casa de meu Pai existem muitas moradas; se não fosse assim, Eu ter-vo-lo-ia dito, porque vou preparar-vos um lugar. E, quando Eu for e vos tiver preparado um lugar, voltarei e levar-vos-ei comigo, para que, onde Eu estiver, vós estejais também (Jo 14,1-3).
- Se Me amais, obedecereis aos meus mandamentos. Então, Eu pedirei ao Pai e Ele dar-vos-á outro Consolador para que permaneça convosco para sempre: o Espírito da Verdade (Jo 14,15-17).
- É melhor para vós que Eu vá, porque, se não for, o Consolador não virá a vós. Mas, se Eu for, enviar-vo-l'O-ei (Jo 16,7).
- Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai (Jo 16,28).
A Igreja de Cristo (a que professa o Amor que Jesus ensinou e essa, creio encontrar-se nos dias de hoje nos corações individualmente, mais que nas instituições sejam elas de que natureza forem;"...chegará o dia em que adorareis o Pai em Espírito e Verdade porque é assim que o Pai quer que o adorem") continua à espera da segunda vinda do seu Senhor. Pela fé temos a certeza de que Ele nos prepara uma morada e uma pátria junto do Pai. (...)
Enquanto vivermos no mundo dos homens, não podemos falar do mundo de Deus senão por imagens. Só quando tivermos percorrido o caminho de Jesus passando pela morte e pelo túmulo - é que se nos abrirão os olhos, na nossa própria manhã de Páscoa. Então vê-l'O-emos a Ele, Nosso Senhor.
Rezamos assim:
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente,
é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação
dar-Vos graças, sempre e em toda a parte.
Porque o Senhor Jesus Cristo, Rei da glória...
subiu ao mais alto dos céus,
ante a admiração dos anjos...
Ele não abandonou a nossa condição humana,
mas, subindo aos céus, como cabeça e primogénito,
deu-nos a esperança de irmos ao seu encontro,
como membros do seu Corpo,
para nos unir à sua glória imortal.
Por isso, na plenitude da alegria pascal,
exultam os homens por toda a terra
e com os Anjos e os Santos proclamam a vossa glória...
EXTRACTO DO PREFÁCIO DA ASCENSÃO DE CRISTO
Fontes: CIC, Biblia, Liturgia.
Não é uma critica, não mais de uma constatação.obs. A pena é que o papel desempenhado por quem assim professa é este...papel virtual. Mas os corações fiéis não congregam edificios. Movimentam-nos.
Quando os primeiros cristãos confessam que o seu Senhor "subiu ao céu", referem-se ao Antigo Testamento. No livro dos Génesis fala-se do patriarca Henoc, que andou com Deus e, depois, foi por Ele elevado ao céu (Gn 5,24). Acreditamos também que o grande profeta Elias foi arrebatado ao céu num carro de fogo no meio de um turbilhão (2Rs 2,11). Eliseu, seu discípulo, fica só e compreende que lhe é pedido continuar a obra de Elias.
ResponderEliminar