Só uma imensa vontade de partilha, para que a todos tudo chegue, me move...tudo o que seja pensado acima desta "fasquia" medida por uma fraqueza humana (EU mesmo) mas confiante na Providência Divina, são meras suposições humanas que eu declino em amor e verdade perante Aquele que "sonda os corações e conhece os pensamentos mais escondidos."


"Sobre os teu muros Jerusalém colocarei sentinelas que dia e noite anunciarão o NOME do SENHOR."


Não faz o obreiro mais do que lhe é devido.


Discípulo do Mestre Jesus Cristo

Servidor do Pai Criador em espírito e verdade

Porque assim quer o PAI que O sirvam

e Adorem

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sábios



“Eu também sou mortal como todos os outros, descendente do primeiro ser que foi formado da terra. Fui formado de carne no seio de minha mãe, e durante 9 meses me solidifiquei no sangue, fruto do sémen de um homem e do prazer que acompanha o sono. Quando nasci, eu também respirei o ar comum. Caí sobre a terra que recebe a todos igualmente e, como todos os outros, estreei minha voz chorando. Fui envolto em fraldas e cercado de cuidados, porque nenhum rei começou a viver de outra forma.  A entrada e a saída da vida é igual para todos. Por isso, eu supliquei e a inteligência me foi dada. Invoquei, e o espírito da sabedoria veio até mim. …eu a preferi aos ceptros e tronos e, em comparação com ela, considerei a riqueza como um nada. (…)  Amei a sabedoria mais do que a saúde e a beleza, e resolvi tê-la como luz, porque o brilho dela nunca se apaga. Com ela me vieram todos os bens, e em suas mãos existe riqueza incalculável. (…) Sem malícia, aprendi a sabedoria, e agora a distribuo sem inveja nenhuma. Não vou esconder sua riqueza,  porque ela é um tesouro inesgotável para os homens. Aqueles que a adquirem, atraem a amizade de Deus, porque são recomendados pelo dom da instrução dela. Deus me conceda falar com propriedade e pensar de forma correspondente aos dons que me foram dados, porque ele é o guia da sabedoria e o orientador dos sábios. Em seu poder estamos nós, as nossas palavras, a nossa inteligência e as nossas habilidades. Ele me concedeu o conhecimento exacto de tudo o que existe, para eu compreender a estrutura do mundo e a propriedade dos elementos, o começo, o meio e o fim dos tempos, a alternância dos solstícios e as mudanças de estações, os ciclos do ano e a posição dos astros, a natureza dos animais e o instinto das feras, o poder dos espíritos e o raciocínio dos homens, a variedade das plantas e a propriedade das raízes. Aprendi tudo o que está oculto e tudo o que se pode ver, porque a sabedoria, artífice de todas as coisas, foi quem me ensinou. Na sabedoria há um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, subtil, móvel, penetrante, imaculado, lúcido, invulnerável, amigo do bem, agudo,  livre, benéfico, amigo dos homens, estável, seguro, sereno, que tudo pode e tudo abrange, que penetra todos os espíritos inteligentes, puros e subtilíssimos.  (…)  Ela é reflexo da luz eterna, espelho nítido da actividade de Deus e imagem da sua bondade. Embora seja única, ela tudo pode. Permanece sempre a mesma, mas renova tudo, e entrando nas almas santas, através das gerações, forma os amigos de Deus e os profetas.
(…)
Amem a justiça, vocês que governam a terra. Pensem correctamente no Senhor e o procurem de coração sincero. Pois Ele se deixa encontrar por aqueles que não o tentam, e se manifesta para aqueles que não recusam acreditar nele. Os pensamentos tortuosos separam de Deus, e o poder Dele, posto à prova, confunde os insensatos. A sabedoria não entra na alma que pratica o mal, nem habita num corpo que é escravo do pecado. O espírito santo, que educa, foge da fraude, afasta-se dos pensamentos insensatos, e é expulso quando sobrevém a injustiça. A sabedoria é um espírito amigo dos homens, mas não deixa impune quem blasfema com os lábios, porque Deus é testemunha de seus sentimentos, observa de facto a sua consciência e ouve as palavras de sua boca. O espírito do Senhor enche o universo, dá consistência a todas as coisas e tem conhecimento de tudo o que se diz.
(…) Haverá investigação sobre os projectos do injusto, e o rumor das palavras dele chegará até o Senhor, e seus crimes ficarão comprovados. (…) Com gestos e palavras, os injustos invocam a morte para si mesmos. Eles pensam que a morte é amiga e a desejam ardentemente, chegando a fazer aliança com ela. São realmente dignos de pertencer à morte. Raciocinando de forma errada, eles comentam entre si: "Nossa vida é curta e triste: quando chega o fim, não há remédio, e não se conhece ninguém que tenha voltado do mundo dos mortos.  Nascemos por acaso, e depois seremos como se nunca tivéssemos existido. Nossa respiração é fumaça, e o pensamento é uma faísca produzida pelo pulsar do coração. Quando a faísca se apaga, o corpo se transforma em cinza e o espírito se espalha como ar sem consistência. Com o tempo, o nosso nome fica esquecido, e ninguém mais se lembra do que fizemos. Nossa vida passa como rastro de nuvem, e se dissipa como neblina expulsa pelos raios do sol e dissolvida pelo seu calor. Sendo assim, vamos gozar os bens presentes e usar as criaturas com ardor juvenil.  Vamos embriagar-nos com os melhores vinhos e perfumes, e não deixar que a flor da primavera escape de nós.(…) Que nenhum de nós fique fora de nossas orgias. Vamos deixar por toda parte sinais de nossa alegria, porque essa é a nossa sorte e o nosso destino.Vamos oprimir o pobre inocente e não vamos poupar as viúvas, nem respeitar os cabelos brancos do ancião. A nossa força será regra da justiça, porque o fraco é claramente coisa inútil. Vamos armar ciladas para o justo, porque ele nos incomoda e se opõe às nossas acções. O justo reprova as transgressões que cometemos contra a Lei, e nos acusa de faltas contra a educação que recebemos. Ele declara ter o conhecimento de Deus, e se diz filho do Senhor. Ele se tornou uma condenação para os nossos pensamentos, e somente vê-lo já é coisa insuportável. Sua vida não se parece com a dos outros, e seus caminhos são todos diferentes. Ele nos considera moeda falsa e se afasta de nossos caminhos para não se contaminar. Proclama feliz o destino dos justos e se gaba de ter Deus como pai. Vejamos se é verdadeiro o que ele diz, e comprovemos o que lhe vai acontecer no fim. Se o justo é filho de Deus, Deus cuidará dele e o livrará da mão dos seus adversários. (…) Eles pensam assim, porém estão enganados, porque a maldade deles os deixa cegos. Não conhecem os segredos de Deus, não esperam o pagamento pela santidade, nem acreditam na recompensa das vidas puras. Sim, Deus criou o homem para ser incorruptível e o fez à imagem da sua própria natureza. Mas, pela inveja e maldade, entrou no mundo a morte, que é experimentada por aqueles que pertencem ao Perverso. (…) Mesmo que tenham vida longa, ninguém fará caso deles, e sua velhice no fim será sem honra. Se morrerem cedo, não terão esperança nenhuma, nem consolação no dia do julgamento, porque é terrível o fim de uma geração perversa.



“Quem tem olhos que entenda e quem tem ouvidos que compreenda.”

(Sabedoria, excertos)