Só uma imensa vontade de partilha, para que a todos tudo chegue, me move...tudo o que seja pensado acima desta "fasquia" medida por uma fraqueza humana (EU mesmo) mas confiante na Providência Divina, são meras suposições humanas que eu declino em amor e verdade perante Aquele que "sonda os corações e conhece os pensamentos mais escondidos."


"Sobre os teu muros Jerusalém colocarei sentinelas que dia e noite anunciarão o NOME do SENHOR."


Não faz o obreiro mais do que lhe é devido.


Discípulo do Mestre Jesus Cristo

Servidor do Pai Criador em espírito e verdade

Porque assim quer o PAI que O sirvam

e Adorem

sábado, 29 de janeiro de 2011

UM SONHO REAL - estória para crianças portadoras de H.I.V e não só...

Há muitos anos...numa outra vida :-) escrevi esta estórinha para um grupo de ajuda a crianças seropositivas...nalgumas circunstâncias era difícil, não falar dos assuntos, mas fazer entender esses mesmos assuntos...então apareceu esta estórinha que agora disponibilizo a toda a gente. Só não o fiz antes por esquecimento... rencontrei-a hoje e hoje aqui fica. Usem na. Se não tiverem essa necessidade tanto melhor.
Na luz nos movemos-




UM SONHO REAL
Tenho que vos contar esta situação que me aconteceu e me deixou sem palavras mudando a minha maneira de ver as coisas, tanto as mais simples como as mais complexas.
Então, um dia após comportamento de risco, submeti-me ao teste para saber se tinha contraído o V.I.H., ou seja, se era Seropositivo. Quando chegou o resultado, positivo, pensei que o fim chegara; que bastava sentar-me e esperar o inevitável.
Em uma das muitas noites revoltas e cinzentas, – sem reparar que as estrelas, da mesma forma que antes, brilhavam lá longe no céu, – o meu corpo, constrangido e cansado, aconselhou-me a repousar um pouco. Então deitei-me e adormeci. E enquanto dormia tive um sonho que vos vou contar. Esse sonho, modificou a minha forma de estar, no papel que desempenho aqui na terra; a forma de encarar a vida em si mesma, a própria seropositividade e todo um conjunto de circunstâncias negativas, criadas por um estado de espírito facilmente compreensível, mas inútil.
Nesse sonho eu era como um Deus, (ainda não é possível controlar o que sonhamos) ou como um Universo cheio de vida, como um Planeta!
Neste planeta, os seus habitantes, enormes comunidades de células, levavam uma vida normalíssima; trabalhavam para o seu sustento e das suas famílias, levavam os filhos à escola, faziam compras, iam à missa, conversavam, etc.
Uma vida perfeitamente normal e equilibrada.
Mas, ultimamente, o tema das conversas era sempre o mesmo. Falavam sobre a falta, sentida ultimamente, no mercado geral, fonte de abastecimento local, de vitamina C e cálcio. Teriam que no próximo Domingo, na missa, nas suas orações comunicar ao Senhor do Universo, ou seja, eu, esta necessidade da comunidade e esperar serem ouvidos, isto é; que eu lhes fornecesse o material em falta. Esta era uma prática corrente neste Universo; sempre que escasseava alguma coisa para o bem da sua comunidade eles reuniam-se em oração e normalmente eram atendidos.
Entretanto como por magia o sonho transformou-se ganhando outras dimensões: na central de informações e controlo do sistema imunitário, o estado-maior do exército, era um dia igual a tantos outros. Jeremias Bond, o linfócito T-helper, tinha assumido o seu posto logo pela manhã. Os piquetes de células, os polícias deste Planeta, faziam as rondas habituais expulsando pequenos delinquentes como o Mário Micróbio ou a Beta Bactéria, já conhecidos e frequentadores habituais de lugares menos próprios.
Jeremias Bond, o linfócito T-helper, iniciou os variadíssimos contactos de rotina com estas brigadas de piquete. Falando com a brigada que estava de serviço junto à zona do coração, onde havia sempre um grande congestionamento de tráfego, confirmou que tudo estava em ordem nessa área. Jeremias continuou os contactos, aproveitando para combinar um jantar com Célia, a célula, uma recruta que tinha ingressado as fileiras do exército não havia muito tempo, pela qual Jeremias nutria alguma simpatia e até mesmo admiração pela comprovada inteligência desta sua amiga.
Entretanto Jeremias Bond, o linfócito T-helper, foi alertado pela luz vermelha – luz de perigo – no painel de controlo em consequência de uma informação enviada por uma brigada de T – quatros, piquete de intervenção rápida. Tinham encontrado uns Vírus mal encarados que não respondiam ás habituais técnicas de dissuasão e expulsão; esta brigada pedia reforços! Os Vírus eram extremamente agressivos!
Quando Jeremias Bond retomou o contacto – era uma emergência! – reparou que o chefe da brigada de T-quatros, profissional sério e dedicado, não se encontrava no seu perfeito juízo: havia enlouquecido!!!
Outros contactos confirmaram o já esperado; o caso era gravíssimo! Os Vírus eram muitos e exibiam a particularidade de deter alguma espécie de poder sobre a polícia celular; ao primeiro contacto com estes Vírus as células simplesmente enlouqueciam.!!!
Jeremias Bond contactou um seu informador, Fulgêncio, o Fungo, que lhe confirmou que aqueles Vírus, nunca antes vistos nas redondezas, chegavam para ficar e começavam a provocar estragos.
O intrépido agente celular, Jeremias Bond, confirmou este último facto ao ver chegar à central outros agentes celulares que se haviam confrontado directamente com os Vírus. Estes agentes, definitivamente, haviam enlouquecido!!!
Em pouco tempo estava reunido o conselho de emergência, constituído sempre e somente em situações de grande risco como esta. Deste conselho fazia parte o Brigadeiro Monteiro, um outro T-helper, estratega de grande reputação, que por mais de uma vez havia demonstrado o seu valor com o seu exército celular em grandes e vitoriosas batalhas. O Comandante Amarante também valoroso militar era quem presidia a este conselho, e claro o nosso já conhecido Jeremias Bond, que muitas vezes pondo em risco a própria vida, defendeu o seu mundo demonstrado muita coragem e vontade.
Após várias horas de reunião e troca de impressões os nossos heróis chegaram a uma conclusão: era necessária uma solução e estratégia completamente diferente do habitual, pois estes Vírus eram um pouco mais inteligentes e sabiam como impor a sua força. Mas nada que assustasse este conselho, que já tinha delineado uma estratégia: estes Vírus eram realmente muito agressivos, mas parecia que tinham um ponto fraco; eram muito dorminhocos. Então a solução era deixá-los dormir, não deveriam ser incomodados por nada e dessa forma poderiam ser controlados pelas brigadas celulares. Mas existia um risco; os Vírus eram acordados do seu sono sempre o que o Senhor do Mundo se sentia com pena de si próprio, ou seja, enquanto eu me encontrava melancólico e com o sentimento de auto piedade a desfazer toda a vontade de existir os Vírus despertavam para se rirem da minha fraqueza e comemorarem a sua vitória anunciada.
A solução para toda esta embrulhada era tentar modificar a postura do Senhor do Mundo. Havia que chegar ao mar imenso de imagens conhecido como cérebro, fazer passar a mensagem que o senhor do Mundo tinha que mudar a sua forma de estar e rezar para que fosse escutada.
Jeremias Bond preparou-se para a sua arriscada missão. Enquanto esperava pela noite para uma melhor camuflagem, recordou Célia a célula, quando esta ao desejar-lhe boa sorte na sua missão, lhe ofereceu uma pequena moeda dourada como se de um amuleto se tratasse.
Já de noite depois de muitos perigos apercebeu-se da proximidade do cérebro, o mar imenso de imagens, ao avistar os primeiros dos seus habitantes: os Neurónios. Meditava Jeremias no nome daquele lugar, mar imenso de imagens, quando foi abordado por um dos neurónios. Chama-se António, o neurónio e era uma espécie de guia. Ao saber a finalidade da missão de Jeremias Bond, disse-lhe que o máximo que poderia fazer seria levá-lo até a um neurónio receptor. Que o levaria até casa do seu primo Heitor o neurónio receptor, porque ele é que entendia de mensagens. Dirigiram-se então a casa de Heitor, o neurónio receptor, e quando uma vez mais Jeremias Bond explicou o teor da mensagem que pretendia fazer passar ficou muito desiludido com o que lhe disse Heitor o neurónio receptor.
O primo de António o neurónio, Heitor, explicou que esse tipo de mensagem que Jeremias queria fazer chegar ao Senhor do Mundo, implicava numa mudança de atitude do Senhor do Mundo e isso só mesmo por vontade dele podia acontecer. Eles, os neurónios, somente poderiam receber e emitir mensagens de acordo com a vontade do Senhor do Mundo, eles estavam unicamente capacitados para transmitir o que o Gestor do Universo entendesse.
Jeremias Bond que nunca conhecera a derrota via agora a sua vida, a da Célia a célula e de toda a comunidade celular dependente da vontade de um ser – O Senhor deste Universo – que se mostrava egoísta e incompetente para deter toda aquela catástrofe. O Senhor do mundo estava com tanta pena de si próprio que se esquecera que era a razão de ser de todo aquele mundo único, singular e cheio de vida e que tanta coisa dependia dele, mas a pena de si próprio não o deixava ver a sua responsabilidade, e em consequência disso mais Vírus iam despertando regozijando-se com a vitória eminente sobre mais um mundo que iriam tomar conta e destruir aos poucos até não haver vida nele.
Neste momento do sonho acordei. O sonho parecera-me demasiado real. A dúvida acerca da realidade ou ficção deste sonho instalou-se quando ao abrir a mão encontrei nela uma moeda dourada; a moeda que Célia a célula, havia dado a Jeremias Bond...
Afinal parece que Jeremias e a sua comunidade celular tinham conseguido passar a mensagem.
Se vos contei esta história foi porque esta manhã, recebi um postal do Jeremias e da Célia onde me comunicam que casaram e têm dois filhos, um casal de células T-helper maravilhosas!!!
Neste postal também me agradecem por ter modificado a minha maneira de ser, de viver e ter adquirido a alegria suficiente, após o sonho, que resultou em que toda a comunidade celular readquirisse a esperança e a fé num Deus Menor.


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...perdoa a estrutura.
É fraca. Fortalece-a com a tua partilha.
Estás em casa. Senta-te. Demora-te. Fica para sempre. Só te peço que enquanto aqui estás...penses em ti.
Porque enquanto pensamos em nós pensamos em algo mais elevado do que somente estar.
...por isso quero que estejas e sejas tu própria/o.